
Planeta Orbitando a Estrela Próxima Centauri é o Foco de Futuras Viagens Interstelares
Próxima Centauri, a estrela mais próxima da terra depois do Sol, descoberta em 1915 pelo astrônomo Robert Innes se tornou o centro das atenções da comunidade cientifica e também do noticiário por uma descoberta recente feita por um enorme telescópio no Chile: um planeta de tamanho próximo ao da terra orbitando essa estrela e com chances de possuir vida.
Possuindo uma pálida iluminação avermelhada, esse se tornou o exoplaneta mais próximo do nosso sistema solar existente.
Pelos cálculos iniciais esse planeta possui massa 30% maior do que a da terra e um raio 10% maior. Existe a possibilidade desse planeta ser um pouco maior se tiver uma densidade menor do que a da Terra. E o mais importante, ele se encontra a uma distancia tal de sua estrela que o coloca no que é chamado de: “Zona Habitável”.
A estrela que esse planeta orbita, a Próxima Centauri, faz parte de um sistema de três estrelas chamado de Alpha Centauri, que é composto pelas estrelas Alpha Centauri A, Alpha Centauri B e a estrela mais próxima da Terra que é a Próxima Centauri. Esse sistema de estrelas domina o imaginário popular e já apareceu em várias obras de ficção cientifica.
Apareceu, por exemplo, no episódio “Probe 7, Over and Out” da série de horror sobrenatural e ficção cientifica “The Twilight Zone”. Nesse episódio, que foi ao ar no dia 29 de Novembro de 1963, o Coronel Adam Cook pousa em um estranho planeta com gravidade e tamanho próximos aos da Terra.
A 4.22 anos luz ou 39.924.000.000.000 Km de distância da Terra, serão necessários grandes avanços da engenharia aeroespacial para enviarmos uma sonda para esse planeta, mas após essa descoberta, de acordo com cientistas do projeto Pale Red Dot, ele se tornou o principal alvo para futuras explorações assim que a tecnologia esteja disponível.
Um time de astrônomos da Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos estudou a possibilidade da existência de vida nesse planeta e já publicaram alguns estudos a respeito.
O elemento chave para a existência de vida nesse planeta é a presença de água liquida em sua superfície. Esse planeta recebe o equivalente a 70% de energia de sua estrela do que recebemos aqui na terra, mas recebe muito mais energia na forma de radiação de alta-energia, como raios X e ultra violeta. Dessa forma é crucial para esse time de astrônomos calcular a probabilidade da água desse planeta não ter evaporado completamente e escapado para o espaço sideral no período de 5 biliões de anos desde que esse planeta nasceu.
Já se calcula que nos 200 milhões de anos iniciais de vida desse planeta ele tenha perdido o equivalente a um oceano de água por evaporação. Mas ainda não temos a resposta para a situação atual desse planeta, será que ele é um deserto ou tem quantidade abundante de água?
Futuras observações com o telescópio E-ELT (European Extremely Large Telescope) no Deserto de Atacama no Chile próximo do Observatório de Panal, que teve sua construção iniciada em Julho de 2014 e tem previsão para conclusão em 2024 vão permitir uma analise muito mais detalhada da possibilidade de existência de água nesse planeta e da espessura de sua atmosfera. Esse local foi escolhido pois é o deserto mais alto e mais árido do mundo. Esse telescópio ira gerar imagens 16 vezes mais nítidas dos que as geradas pelo Telescópio Espacial Hubble.
Uma característica que torna a vida nesse planeta extremamente interessante é que o período de rotação dele ao redor da estrela Próxima Centauri é de 11 dias, ou seja, o que chamamos de ano aqui na Terra é equivalente à 11 dias lá. Também se imagina que esse planeta esta em rotação sincronizada com sua estrela, do mesmo modo que a Lua em relação à Terra, ou seja, o período orbital desse planeta é igual ao seu período de rotação. Isso faz com que numa parte desse planeta sempre seja “dia” e em outra parte sempre seja “noite”.
Agora com essa descoberta vão surgir muitos estudos sobre a possibilidade de existência de vida nesse planeta, vamos aguardar com muito interesse.